quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O que eu quero?

Se você sabe o que quer, não me dê explicações.
Não me faça promessas e juramentos que você não cumprirá.
Se você sabe o que quer, não me despeje suas desculpas,
pois eu sei que todas às vezes que você se justifica não é a mim que você quer.

Se você sabe o que quer 
E se sabe que não me quer,
não me deixe acreditar que ainda devo apostar em nós dois.

Um dia  você entenderá que quando se quer alguém ou alguma coisa,
o sentimento que nos impulsiona  a desejar e  a querer algo para si  não nos permite aceitar meios termos,
não  deixa  que nos contentemos com justificativas tolas  ou mil um motivos pelos quais se deve  adiar essa busca e esperar mais um pouco.
A ação acompanha seu desejo,
o seu desejo acompanha  o seu sentimento e sua conquista o esforço que você depositou para ter o que queria.
( Tânia Lima)




quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Decisão.

Ela não sabia mais como chorar.
Ver as lágrimas escapando por seus olhos era algo que não lhe surpreendia mais.
Ela já não sabia mais como o mandar embora de si mesma,
e nem  sabia porque aquilo exigia uma coragem que ela ainda não tinha.
E enquanto escondia o rosto sob o seu cabelo, implorava aos céus que aquela  fosse a ultima vez que chorava por  ele. 
Estava cansada de chorar sozinha, de chorar pelos mesmos motivos... Cansada de borrar a arte triste que ele pintou em seu rosto.
Ela tentava fingir que estava tudo bem, mas ainda via seu sorriso desbotado trair suas intenções.
Enquanto isso, seu olhar só conseguia  refletir o vazio dentro de si mesma,
do quanto já não se pertencia mais.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Ele não é o cara.


Ele não tem milhões de mulheres ao seus pés
Nem uma moto nova que queira exibir.
Na verdade, ele não tem nada que uma garota normal possa querer.
Ele não fala de seus sonhos, nem mesmo de coisas bonitas que as garotas gostam de ouvir.
E talvez, seu maior talento seja conquistar o que lhe é estranho.
E eu, por não ser tão normal quanto queria,
ás vezes me pego pensando no quanto ele tem de mim sem querer ter.

(Tânia Lima)












domingo, 5 de maio de 2013

E todas as vezes em que estou nos braços de minha mãe,
sinto como se revivesse o refúgio do ventre outra vez.
Eu sinto por meio dela, e ela através de mim. Somos o elo de duas almas em uma única vida.
( Tânia Lima).

Uma das coisas mais fecundas que venho aprendendo com minha mãe a cada dia  é a importância de ouvir as pessoas. Calar para ouvir tornou-se uma tarefa difícil em  meio a um tempo em que todos desejam ter a razão das coisas. E de repente se altera o tom da voz, o peso das palavras e o sentimento de dizê-las. E o dono da ultima palavra parece importar mais do que as coisas que são ditas, e para quem são ditas. A razão vira orgulho e o orgulho distância.  A Distância reveste-se em estranhamento. E tudo o que sobra é a solidão das almas, das palavras e dos corações.Calar, saber falar... pesar as importâncias, é isso que importa.
(Tânia Lima)


domingo, 7 de abril de 2013

E o importante é se bastar um no outro.
E isso basta.
( Tânia Lima)
Sentimento que te desperta mais lágrimas que sorrisos.
Que cansa antes mesmo de pensar em te alcançar.
Sentimento que te afasta de si mesmo,
que não te localiza nem te leva pra onde ele esta.
Este já não é amor há muito tempo.
Se é que um dia veio a ser.

domingo, 10 de fevereiro de 2013


Ele cantava baixinho em  meu ouvido enquanto eu encaixava minha mão na sua.

Caio Fernando de Abreu








Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloquentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência. Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços. Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na lagartixa regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça. Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa. Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim: - ... mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca ...

(Caio Fernando de Abreu)

“Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café às cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.”
— Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Não poderia dizer nada.
Nem sei se saberia como dize-lo.
Se esse sentir pudesse falar,
eu obrigaria a lhe confessar os segredos que ele revela secretamente ao meu coração.
Eu o vejo se render a uma simples presença sua,
e embora eu tente desesperadamente expulsa-lo para fora de mim, ele me faz e se faz silêncio diante de ti.
Como se soubesse que em algum momento você entenderia o que ele traz nesse calar.
( Tânia Lima)



Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.

Clarice Lispector

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ela não é completamente normal. Nem anormal. Ela só é ela, com todos os seus cantos, esconderijos, degraus, pontes, abismos.
Clarissa Corrêa

Coisas de Mãe.

Alguma coisa me diz que  é a benção antes de dormir, ou talvez a conversa durante o café da manhã.
Outras vezes acho que é maneira como fala, o jeito que me olha... O conselho que me dá. Devem ser coisas que você trás do ventre. Coisas que você transmite por que alguém lhe ofereceu, lhe fez sentir... Lhe ensinou.
( Tânia Lima)

Silenciar


Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.
Caio Fernando Abreu

sábado, 26 de janeiro de 2013

Por que eu sei,
que todas as vezes que escuto seu nome;
o meu coração que se quebra  aos poucos.
(adaptado- Tânia Lima)

Quando você some.

Quando você some assim 
Queria não pensar que vai voltar 
Prefiro encarar que seja o fim 
Prefiro que não volte a me encontrar 

Queria que não fosse como é 
Nem sei se tudo isso é de verdade 
Só nos falamos quando você quer 
Enquanto isso, morro de saudade 

Preciso te olhar nos olhos 
E sem chorar, dizer adeus 
Mas quando você chega perto 
Meus olhos e palavras 
Não são mais meus 

Preciso dizer que preciso 
Sentir verdade no que você diz e faz 
Ou me leve a sério 
Ou vá embora 
E não volte mais 


(Victor e Léo)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Eu digo meu amor para destruir tudo,
Cortar todas as cordas e me deixar cair,
quem sabe eu não caio em seus braços,
e você me dimenciona na medida certa de suas mãos.
(Tânia Lima)

sábado, 12 de janeiro de 2013

 Há momentos em que não sei quantas de mim estão a amar você.
(Tânia Lima).
De alguma forma eu sei,
que quando sinto sua falta, 
é de mim que sinto saudade.
(Tânia Lima)

domingo, 6 de janeiro de 2013

O amor descobre o véu da aparente estabilidade humana.
Expõe suas fraquezas; apresenta-lhes seus limites.
Põe a prova a certeza de ser.
Até que "ser" não faz sentido algum se outro não for conosco.
(Tânia Lima)
O essencial é o reconhecimento e vivência da essência de si mesmo.
( Tânia Lima)

É hora de muita coisa; mas tudo só começa quando você começa.
( Tânia Lima)

Os lugares desconhecidos dentro de nós existiram até o dia em que nos determinarmos a ser suficientemente audaciosos para explorá-los.
( Tânia Lima)
Novos hábitos não podem ser cultivados em mentes limitadas.
( Tânia Lima)